sábado, 30 de junho de 2012

Não há espinhos sem rosas

É doloroso pensar que a vida de tantos homens não é vivida! Não vivem porque não vêem. E não vêem porque olham o mundo, as coisas os familiares, os homens, com seu próprios olhos.

Para ver bastaria seguir cada acontecimento, cada coisa, cada homem com os olhos de Deus.
Vê quem se insere em Deus, quem sabendo ser Ele "Amor", crê nesse amor e raciocina como os santos: "Tudo o que Deus quer e permite é para minha santificação".

Por isto, alegria e dor, nascimento e morte, angústia e júbilo, fracasso e vitória, encontros, amizades, trabalho, doença e desemprego, guerras e flagelos, sorrisos de criança, carinhos de mãe, tudo, tudo é matéria-prima de nossa santificação.

Em torno do nosso ser, gira um mundo de valores de toda espécie, mundo divino, mundo angélico, mundo fraterno, mundo amável e também mundo adverso, dispostos por Deus para nossa divinização, que é nosso verdadeiro fim. E neste mundo, cada um é o centro, porque a lei de tudo é o amor.

E, se para o equilíbrio divino e humano de nossa vida nós temos, por vontade do Altíssimo, de amar, amar sempre o Senhor e os irmãos, a vontade e a permissão de Deus, os demais seres - quer saibam, quer não - servem, movem-se em sua existência, por nosso amor. De fato, para aqueles que amam, tudo concorre para o bem. Com os olhos enevoados e incrédulos, não vemos, freqüentemente, que cada um e todos foram criados como um dom para nós e nós como um dom para os outros.

Entretanto, é assim. E um misterioso vínculo de amor liga homens e coisas, conduz a história, dispões o fim dos povos e de cada ser, no respeito a mais alta liberdade. Mas, depois de algum tempo que a alma, abandonada em Deus, escolheu como lei de sua vida: "crer no amor", Deus se manifesta, e ela, adquirindo nova visão, vê que de cada prova colhe novos frutos; que a cada batalha segue-se uma vitória, que de cada lágrima desabrocha um novo sorriso; sempre novo, porque Deus é a Vida, que permite o tormento, o mal, por um bem maior.

Compreende que o Caminho de Jesus não culmina na paixão e na morte, mas na ressurreição e na ascensão ao Céu.

Então, o modo de observar as coisas "humanamente" perde cor e sentido, e o amargor não turva mais as breves alegrias de sua vida terrena. Para ela, nada exprime o provérbio cheio de melancolia: "Não há rosas sem espinhos", mas, pela onda da revolução de amor em que Deus a envolveu, dá-se precisamente o contrário: "Não há espinhos sem rosas".

Chiara Lubich

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cruz e ressurreição...















A fé cristã ensina que o Jesus Cristo abraçou o mistério da condição humana até a morte e morte de cruz. O Pai exaltou o seu Filho, ressuscitando-o de entre os mortos, dando-lhe um nome que está acima de todo nome. Jesus é o Senhor! (cf. Fil. 2,5-11). Estas poucas palavras resumem o que chamamos de mistério pascal. Não existe mistério pascal sem cruz e ressurreição. E não existe vida cristã que não seja de modo pascal.

O cristão é chamado a iluminar a sua experiência humana com a luz do mistério pascal. Sua vida ganha sentido quando compreende que o desafio de todos os dias é deixar a morte e a ressurreição de Cristo iluminarem sua própria vida. Isto comporta um estilo de fé pascal que penetra todas as dimensões da existência humana. Pessoalmente, cada um há de se perguntar sobre a própria disposição para morrer e ressuscitar nas relações familiares, em meio à labuta do trabalho, no contexto dos projetos pessoais. Tantas vezes temos muita dificuldade em perder, em aceitar mudanças, em acolher as surpresas. Diante das dificuldades julgamo-nos, às vezes, abandonados por Deus.

Dom Hélder Câmara aconselhava: “Aceita as surpresas que transtornam teus planos, derrubam teus sonhos, dão rumo totalmente diverso ao teu dia e, quem sabe, à tua vida. Não há acaso. Dá liberdade ao Pai, para que Ele mesmo conduza a trama de teus dias...”.

O auto-esvaziamento cotidiano é o sinal pascal de nossas vidas. Se aquele que foicrucificado não está mais na cruz, no entanto não deixou de ter em suas mãos e em seus pés as marcas dos cravos. O Ressuscitado é o Crucificado. A cruz como símbolo dos cristãos está a indicar que o mistério da paixão, morte e ressurreição nos acompanha dia e noite. Viver de modo pascal significa abraçar todos os dias o mistério da cruz com os olhos fixos n’Aquele que a venceu. Cristo ressuscitou e venceu a morte!
Não apenas ontem, mas hoje e para sempre. Assinalados pela cruz de Cristo já no batismo, haveremos de viver toda nossa história como o Senhor nos indicou: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mc 8, 34). A autenticidade da vida cristã se mede pelo ato de abraçar a cruz e de vencê-la com Cristo.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

Amar talvez seja isso... Descobrir o que o outro fala mesmo quando ele não diz.

Minha foto
MINAS, Brazil
"Compreendi que VIVER é ser LIVRE... Que ter amigos é necessário... Que lutar é manter-se vivo. Apreendi que O TEMPO CURA... Que MAGOA PASSA... Que DECEPÇÃO NÃO MATA. Que hoje é reflexo de ontem... Que os VERDADEIROS amigos permanecem... Que os FALSOS, graças a Deus VÃO EMBORA... Que DOR FORTALECE. Aprendi que sonhar NÃO é fantasiar... Que a beleza não está no que vemos, e sim no que sentimos. Que o segredo da vida é VIVER."

Seguidores