quinta-feira, 30 de setembro de 2010

MAIS UM DIA... PELA JANELA


Ao olhar pela janela vejo o dia a nascer
E vejo passar as horas, uma a uma...
Faça sol, faça chuva aqui estou eu a ver
Sempre pela mesma janela coisa nenhuma



Pergunto a mim quando acabará
Estes dias de sedentarismo involuntário
Estes dias de tédio e trabalho solitário
Pergunto a mim quando será

Mas no fundo sei que não falta muito
E percebo a dor de quem vê uma janela
Mas ao contrário de mim não vê o fim
Não tem como mudar ou fugir dela

A dor desses homens e mulheres
Presos a uma vida madrasta e ingrata
Têm como único refúgio uma janela
Que ao mesmo tempo alimenta e mata.

        Autor: José Rios

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

CIRCULOS DENTRO DE UM CIRCULO,

muito antes de ter adoptado formas

rigorosamente geométricas

(para fugir à anarquia)

pintei este arco negro ligando duas zonas

da mesma paisagem: ponte escura

por onde -tu que me olhas- podes passar

ao encontro da intensa chama das manhãs

e do outro lado do arco onde o vento e a árvore

se perdem na euforia de suas próprias cores

-escndido atrás da tela- vejo-te

cada vez mais próximo como se avançasses

pela desintegração do átomo ou pelo deslumbramento

dos lumes te acercasses de mim: o olhar envolto

na teia harmoniosa de colorida música


Kandisnsky

terça-feira, 28 de setembro de 2010

REVOLTA

Meu livro de fantasmas

Sobreviveu! Relembro o que ninguém esqueceu

Loucas letras... Pintadas de côr do céu.

Eu só!

Em grandes gemidos

Envergonhados.

Carpitando

Como uma réu

Julgada sem um perdão.


Jamais esquecerei até ao fim

Dos tempos imputados em mim

A grande sobrevivente

De causas inocentes.


Em grande explosão

Ouço em alta voz

O meu coração.


Julgarão que parto

À aventura do furacão despeitado

Que num sopro de ar negou os restos

À destruição...

Do meu humilhado ser.

Maria Valadas

Pintura: Adolfo Payés

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

CIRCULO










Faço transbordar UM COPO DE SOL

sobre o meu desnudado corpo...

Em cascatas da côr do fogo.

Bebo UM CÁLICE DE LUA

Onde me espelho...

No circulo que me fez SUA!


Maria Valadas

Pintura de Ozin Guo Piny

domingo, 26 de setembro de 2010

O TEMPO VOA... MAS NÓS TAMBÉM PODEMOS VOAR


O tempo voa sobre as nossas cabeças
E só quando paramos para pensar
É que notamos como ele
corre sem parar
Corre contra o tempo, não adormeças...




Não tentes fugir do tempo incerto,
Ele sempre te alcançará, no descanso decerto
Ainda há tempo para viver, ser feliz...
Ainda há tempo para querer, mudar o que fiz



O tempo que nos resta pode ser eterno,
Por vezes tempo demais pode ser desperdício
Cada dia juntos pode ser apenas o início,
De um curto mas intenso solstício de Inverno

Vive comigo estes últimos segundos,
Pois não temos outros para viver,
Nem a oportunidade de repetir noutros mundos,
Aquilo que nunca me vou esquecer.

Autor: José Rios

sábado, 25 de setembro de 2010

ESSA LUZ


Ao longe essa luz sem brilho
Sobre mim a noite fria
Caminho ao longo desse trilho
Sem nunca perceber essa apatia
Corro para essa luz, sem pressa
Pois essa luz não cumprirá a promessa
É luz sem cor, sem amor nem calor
Luz sem apreço, endereço nem consideração
Fria ao toque, estática, pálida, sem compaixão

Para onde vou, para onde estou a ir
Não é solução, não é o que quero seguir
Essa ausência, essa indiferença, essa distância
Essa insignificância, sem importância da ignorância
Esta solidão, esta confusão e incerteza
Que me percorre as veias e me sufoca e agonia
Me mata e me destrói na dúbia certeza
Essa luz não é meu futuro, não é a felicidade
Algo tem de mudar, mesmo contra essa vontade

            Autor: José Rios

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O VASO QUEBRADO



O vaso desta flor, que morre breve,

feriu-o um dia um leque distraído,

e de um golpe tão rápido, tão leve,

que nem se ouviu o mínimo estalido.





Mas a tênue ferida traiçoeira,

no límpido cristal rasgando a

traça, lentamente cresceu, de tal maneira,

que, invisível, o vaso todo abraça.


Gota a gota, fugiu-lhe a água do seio,

que seiva, às flores, o perfume amado;

ninguém, por ora, o caso a saber veio.

Não lhe toqueis, porém: - está quebrado!




Tal, às vezes, da linda mão querida

tocado, o coração chora e padece;

e, enfim, cedendo à pérfida ferida,

parte-se, e a flor do seu amor

fenece.





Perfeito e alegre ele parece ao mundo;

porém, sem a denúncia de um gemido,

sente o golpe crescendo-se profundo...


Não lhe toqueis: - é um coração partido!


RENÉ FRANÇOIS ARNAUD PRUDHOMME

(Poeta francês - Trad. de Valentim Magalhães)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

DESEJO AMANTE

Elmano, de teus mimos anelante,

Elmano em te admirar, meu bem, não erra;

Incomparáveis dons tua alma encerra,

Ornam mil perfeições o teu semblante:



Granjeias sem vontade a cada instante

Claros triunfos na amorosa guerra:

Tesouro que do Céu vieste à Terra,

Não precisas dos olhos de um amante.


Oh!, se eu pudesse, Amor, oh!, se eu pudesse

Cumprir meu gosto! Se em altar sublime

Os incensos de Jove a Lília desse!


Folgara o coração quanto se oprime;

E a Razão, que os excessos aborrece,

Notando a causa, revelara o crime.

Manuel Maria Barbosa du Bocage - Grande poeta Portugues

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

INSTANTES DE SOLIDÃO


"Como posso estar assim? O que estou fazendo comigo? O que estou fazendo da minha vida? Cadê aquela fortaleza que havia em mim? Se desfez, quebrou, desmoronou rapidamente....



É sempre assim, quando menos espero isso vem de novo...

Essa onda acaricia meus pés e em seguida domina meu corpo

Me invade a alma

Envolve meu corpo

E me deixa completamente perdida

Sem saber para onde ir

Sem saber o que pensar

Sem saber com quem falar

Sem poder ao menos sonhar...

O amanhã é sempre uma surpresa

Eu preciso do tempo como necessito do meu espírito neste corpo

Mas até quando me vejo vagando por instantes?

Penso que tudo vai ficar bem...

Que tudo passa...

Que tenho que VIVER cada segundo como se fosse o último

Que tenho que aceitar essa situação

Que te ter por instantes satisfaz a enorme ausência de ti em mim....

Acalma ...

Relaxa...

Uma explosão de luz, felicidade e paz vem de repente, e se vai ao mesmo tempo

As vezes fica por um breve e precioso tempo

As vezes se instala de uma tal forma que dói

E fica horas, dias ou até meses, quem sabe?

O dia amanhece, e é mais uma surpresa que surge com ele

Não sei o que há de me concederem

Só sei que com vida, novamente sou presenteada

E vejo que o desafio continua

Tento desafiar meu próprio coração

Meu corpo também....

As vezes vejo que chego ao limite...

E que minha fraqueza domina

Sem forças não consigo me encontrar

E apenas deixo a vida me levar

A onda acariciar meu pés novamente

Olho para o infinito

E de repente tudo me acalma e tranqüiliza

Escuto o barulho do mar

E minhas mágoas, tristezas, e lamentações se vão de repente

Fico dominada pela vida

E nesse momento te queria ali, ao meu lado

Queria te falar da paz que me dominara naquele instante

Ou até mesmo coisas que o tempo me ensinou nesta tua ausência

Mas vejo que estou só

Que não há ninguém comigo, além de espíritos protetores

E assim continuo seguindo

Um dia após o outro

Um pôr-do-sol maravilhoso me acalenta novamente

Olho para o nada e vejo tudo

Consigo enxergar esse enorme vazio que há no meu ser

Até quando? Não sei!!!!!"

Thaiza Dias

terça-feira, 21 de setembro de 2010

ESPERANÇA AMOROSA



Grato silêncio, trémulo arvoredo,

Sombra propícia aos crimes e aos amores,

Hoje serei feliz! --- Longe, temores,

Longe, fantasmas, ilusões do medo.



Sabei, amigos Zéfiros, que cedo

Entre os braços de Nise, entre estas flores,

Furtivas glórias, tácitos favores,

Hei-de enfim possuir: porém segredo!


Nas asas frouxos ais, brandos queixumes

Não leveis, não façais isto patente,

Quem nem quero que o saiba o pai dos numes:


Cale-se o caso a Jove omnipotente,

Porque, se ele o souber, terá ciúmes,

Vibrará contra mim seu raio ardente.


Bocage

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

RUÍNAS DO CORAÇÃO


Era meu coração um palácio romano,

de mármore construído e pedrarias caras;

muito cedo as paixões invadiram-no, ignaras,

num confuso tropel de bárbaros, insano.


E tudo desabou... Nenhum rumor humano;

só mochos e réptis; flores sem viço e raras;

partidos pelo chão, porfírios e carraras,

e a encobrir o caminho o matagal profano.


Diante desse desastre eu fiquei muitos dias;

manhãs, tardes sem sol e noites sem fulgores

passaram; lá vivi horas longas, sombrias.

Mas surgiste, afinal, numa luz soberana!

E audaz, para abrigar nossos doces amores,

das ruínas do palácio ergui minha choupana.


FRANÇOIS COPPÉE

( Poeta francês -Trad. de Alvaro Reis)

domingo, 19 de setembro de 2010

MUNDO GRANDE

Não, meu coração não é maior que o mundo.É muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores.Por isso gosto tanto de me contar.Por isso me dispo, por isso me grito,por isso frequento os jornais, me exponho cruelmente nas livrarias: preciso de todos.



Sim, meu coração é muito pequeno.

Só agora vejo que nele não cabem os homens.

Os homens estão cá fora, estão na rua.

A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.

Mas também a rua não cabe todos os homens.

A rua é menor que o mundo.

O mundo é grande.


Tú sabes como é grande o mundo.

Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.

Viste as diferentes cores dos homens,

as diferentes dores dos homens,

sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso

num só peito de homem...sem que ele estale.


Fecha os olhos e esquece.

Escuta a água nos vidros

tão calma, não anuncia nada.

Entretanto escorre nas mãos,

tão calma! Vai inundando tudo...

Renascerão as cidades submersas?

Os homens submersos - voltarão?


Meu coração não sabe.

Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.

Só agora descubro

como é triste ignorar certas coisas.

(Na solidão de indivíduo

desaprendí a linguagem

com que os homens se comunicam.)


Outrora escutei os anjos,

as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.

Nunca escutei voz de gente.

Em verdade sou muito pobre.

Outrora viajei

países imaginários, fáceis de habitar,

ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.


Meus amigos foram às ilhas.

Ilhas perdem o homem.

Entretanto alguns se salvaram e

trouxeram a notícia

de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,

entre o fogo e o amor.


Então, meu coração também pode crescer.

Entre o amor e o fogo,

entre a vida e o fogo,

meu coração cresce dez metros e explode.

- Ó vida futura! Nós te criaremos.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 18 de setembro de 2010

NÃO SOUBE DO MUNDO


Arranco os pedaços de versos

que guardo no ventre

e choro a dor lacerante que

me adelgaça a cintura.



Não queria abandoná-los

assim, ensanguentados,

serenos, miseráveis,

apaixonados, ainda!


Não queria largá-los

à podridão do tempo

mas o vento que outrora

me desfolhava e os versos levava

fugiu de mim.


Não arrasto sozinha o peso das palavras

que te dedico.

Não amo o suficiente a solidão

das noites em que me sinto pontapeada.

Não suporto mais a veemência

ilusória dos dias partilhados.

Arranco os pedaços de versos

e deito-me no leito

da minha crueldade,

à espera que isso me fortaleça.

Vera Carvalho

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SEJA FONTE...











Fonte de água pura e cristalina. Seja água abundante para quem tem sede de amor,de carinho, de força, de apoio, de diretriz. Se você não tem nenhum motivo para ser feliz, seja feliz por ser fonte. Por ser procurado por aqueles que precisam de você.


Seja Porto...









Porto de chegada de almas cansadas,seja porto para aqueles que andam perdidos pelo mundo,e que precisam de um lugar tranquilo para descansar o fardo que carregam.Para ser porto de chegada, abrace, afague, receba, dê boas vindas.Seja porto de saída, saída para quem precisar partir,despedindo-se das ilusões, das dores,dos fracassos e decepções,partindo para uma vida melhor; para isso,ajude, apóie,converse, estenda as mãos, ouça, oriente.Seja também um porto seguro,para quem te ama e te precisa,porto seguro para os amigos, para a família,para quem precisar.Para ser porto seguro, esqueça o ego e pense no próximo,esqueça suas dores e amenize as dores do próximo.Esqueça sua fraqueza e se torne forte para os outros.Se você não tem motivos para ser feliz,seja feliz por ser porto,para receber aqueles que procuram por ti.

Seja Ponte...









Ponte que liga a vida terrena à eternidade do céu.Para ser ponte, compreenda, perdoe e deixe as pessoas passarem por você.Para ser ponte, esteja no fim da estrada daqueles que não encontramo caminho de volta.Seja a passagem, e não o atalho,seja o caminho livre e não o pedágio.Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser ponte.Ponte significa união, ligação, laços de afeição.


Seja Estrada...









Estrada longa, gostosa de passear,estrada iluminada de dia pelo Sol e de noite pelo luar.Seja estrada que guia,estrada que conduz a outros caminhos.Se você não tem outro motivo para ser feliz,seja feliz por ser estrada,estrada dos peregrinos da vida, estes plantarão flores aos seus pés.Seja estrada para os caminhantes do tempo,estes regarão as suas flores.Seja estrada para os andarilhos do mundo,estes poderão colhê-las, e sentir o seu perfume.


Seja Estrela...








Seja a estrela que mais brilha no firmamento.Seja a estrela inspiradora dos poetas,dos românticos e apaixonados. Para ser estrela, ilumine os que te cercam,distribua luz gratuitamente. Seja estrela guia, estrela da sorte. Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser estrela, porque as estrelas estão sempre no alto, são soberanas porque guiam os navegantes.


Seja Chuva...

Chuva que molha os corações secos,vazios de amor, de esperança, de paz.Seja chuva que inunda os campos áridos,que molha os jardins,que dá vida a toda vegetação,e faz transbordar os rios.Se você não tem outro motivo para ser feliz,seja feliz por ser chuva;a chuva é sempre esperada,porque dela depende a continuidade de toda a humanidade.


Seja Árvore...









Árvore que dá frutos para quem tem fome,

que dá sombra e refresca

o árduo calor dos caminhantes que seguem pela vida.

Seja árvore que aninha, que acolhe os passarinhos,

que enfeitam os quintais.

Se você não tem outro motivo para ser feliz,

seja feliz por ser árvore.

Porque ser árvore é ter raízes sólidas e profundas.

É ter braços que se alongam, que se estendem...

É produzir flores para enfeitar a alma de alguém,

é ser forte e enfrentar temporais.

É ter suas folhas embaladas pelo vento,

é ser molhada pela chuva,

e acalentada pelo Sol, é fazer parte da Criação,

como um ser único.

Ser Fonte,

ser Porto,ser Ponte ou Estrada,

ser Estrela,

ser Chuva ou ser Árvore...

é servir a Deus.

Glácia Daibert

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

SE...




















Se és capaz de manter a tua calma quando

Todo o mundo ao redor já a perdeu e te culpa;

De crer em ti quando estão todos duvidando,

E para esses no entanto achar uma desculpa;

Se és de esperar sem te desesperares,

Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,

Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,

E não parecer bom demais, nem pretensioso;


Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires;

De sonhar - sem fazer dos sonhos os teus senhores;

Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires

Tratar da mesma forma a esses dois impostores;

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas

Em armadilhas as verdades que disseste,

E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,

E refazê-las com o bem pouco que te reste;


Se és capaz de arriscar numa única parada

Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,

E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,

Resignado, tornar ao ponto de partida;

De forçar coração, nervos, músculos, tudo

A dar seja o que for que neles ainda existe,

E a persistir assim quando, exaustos, contudo

Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";


Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes

E, entre reis, não perder a naturalidade,

E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,

Se a todos podes ser de alguma utilidade,

E se és capaz de dar, segundo por segundo,

Ao minuto fatal todo o valor e brilho,

Tua é a terra com tudo que existe no mundo

E o que é mais - tú serás um homem, ó meu filho!


Autor: Rudyard Kipling (1865-1936)

Tradução: Guilherme de Almeida

(Extraído de: Bennett, William John. "O Livro das Virtudes". Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1995)

QUE SENTIDO DAR A ESSA CRUZ EXISTENCIAL?









Cruz nossa de todo dia

Fonte de luz e redenção.

Fonte de vida e de ressurreição


Cruz bendito

Bendita cruz

Cruz humana

Humana cruz


Vértice sagrada

Madeiros santos

Salvação de Deus


Cruz de Cristo

Dolorosa Cruz

Graça erguida

Cristo reluz


Reluz a vida

Morte não há.

Cristo e vida

Alegra a vida


A vida se faz vida

Quando vivida, faz viver

A cruz de todo dia...


Guilherme Luiz

terça-feira, 14 de setembro de 2010

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ



A sua morte na cruz trouce sobre nós a sua luz, a coroa de espinho que li coroou tudo ele suportou para demostra para todos nós o seu grande amor,




Os cravo que sua mão furou esse sofrimento ele agüentou para que hoje ele pudesse compreender a sua dor,O seu sangue que cairão sobre o chão semente que nascerão no seu coração para produzi frutos da sua salvação,chicote que li baterão são suas rejeição para com o autor da sua libertação,




Lança que li furarão não sabendo eles que furava o seu pai amigo e irmão por que somos seus filhos pela redenção,






A multidão que li humilhava que li apedrejava que li condenava mesmo assim ele perdoava porque ele amava.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

BÍBLIA


Caminhei perdido no mundo

Sem bem saber pra onde ia:

Caminhei co'a vida vazia

- Repleta do vácuo profundo...



Miserável, não percebia

Como era tão vil, tão imundo:

Nunca adiantaria ter tudo

- Se a vida de mim se esvaía...


Meu fim seria a morte certa,

Preso nesta horrível tortura,

Sozinho...


Mas, glória! A porta foi aberta:

Achei só na Santa Escritura

O caminho...


Ederson Peka

domingo, 12 de setembro de 2010

MÃE APARECIDA


Nos primeiros instantes de minha vida, a Senhora me tomou em seus braços; depois deste dia, Mãe querida, a senhora me protege aqui embaixo.


Para conservar a minha inocência.

a Senhora me colocou em doce ninho,

a Senhora protegeu a minha infância

na sombra de um claustro bendito.


Mais tarde, ao tempo da minha juventude,

de Jesus ouvi o chamado, ouvi o apelo!...

Em sua inefável ternura,

a Senhora me mostrou o Carmelo.


"Vem, minha criança, sê generosa",

dizia-me a Senhora, com doçura;

"Perto de mim serás feliz,

vem imolar-te pelo teu Salvador."

sábado, 11 de setembro de 2010

SEMEIA SEMPRE...










No campo, tu és um semeador.

Não podes fugir a responsabilidade de semear.


Não digas que o solo é árido, que não chove freqüentemente,

Que o sol queima , ou que a semente não serve.

Não é a tua função julgar a terra e o tempo.

Tua missão é semear. A semente é abundante!


Um pensamento , um sorriso, um olhar carinhoso, uma palavra suave,

um gesto de compreensão,

um copo de água são sementes que germinam facilmente.

Não semeies descuidadosamente

como quem cumpre uma missão superficial ou forçada.


Semeia com interesse, com amor, com atenção,

Como quem encontrou nisso o motivo central de sua felicidade.

E ao semear, não penses: quanto receberei em troca?


Quanto demorará a colheita?


Recorda que não semeias para te envaidecer, para receberes agradecimentos.

Tu semeias porque não podes estar ocioso,

porque não podes viver sem dar e sem doar-te.


És dono de ti mesmo, da vida e do Universo!

Tua semente, pois, não cairá no vazio.

Sem esperar recompensa, tu a receberás.


Sem esperar riquezas, tu enriquecerás.


Sem contar com a colheita, tudo se multiplicará.


E isso, porque tu semeias no Reino onde dar é receber,

Onde perder a vida é encontrá-la, onde gastar servindo é aumentar.


Semeia, semeia sempre, em todo terreno, em todo tempo, em

todo lugar a boa semente. Com amor e interesse: como se

estivesse semeando o próprio coração."

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O LÁPIS


Com um lápis

pinto o céu de estrelas

pinto o chão de flores

pinto o mundo de alegria.




Com um lápis

escrevo o que sinto

escrevo o que vejo

escrevo o que imagino.


Com um lápis

pinto a minha vida

umas vezes de preto

outras de cor-de-rosa.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

AS BOLAS DE SABÃO









As bolas de sabão que esta criança

Se entretém a largar de uma palhinha

São translucidamente uma filosofia toda.

Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,

Amigas dos olhos como as coisas,

São aquilo que são,

Com uma precisão redondinha e aérea,

E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,

Pretende que elas são mais do que parecem ser.


Algumas mal se vêem no ar lúcido.

São como a brisa que passa e mal toca nas flores

E que só sabemos que passa

Porque qualquer cousa se aligeira em nós

E aceita tudo mais nitidamente.

Alberto Caeiro

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O BALÃO








Ele viajou em um balão

Para o lugar que sempre sonhou

Conheceu coisas que sempre imaginou

Sonhou em ser ator

Palhaço de circo.

Presenciou uma revolução de amor

Revolucionou seus sentidos

Teve tudo que sempre pediu

Viajando em seu balão.

Viu guerras e destruição

Fome e desunião

Viu a Dona Morte

Olhou em seus olhos

Até que o amor o salvou

E continuou viajando em seu balão.

Foi a uma terra encantada

Nada confuso

Flores e sois... Animais

Tudo tão bom e puro

Até que o amor acabou

Seu sonho morreu

Pereceu desolado

Encontrou a dor e findou

Simplesmente morreu.

Morreu de amor

E não por que o balão furou.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

INDEPENDÊNCIA OU MORTE










O dia sete de setembro de 1822

Foi escolhido por Dom Pedro para marcar

Nossa emancipação política de Portugal


No Rio de Janeiro e nas províncias

A Independência foi saudada com entusiasmo


Absolutistas, Aristocratas e Democratas

Incentivaram o rompimento com as Cortes

Para colocar em prática seus projetos políticos


Quase dois séculos depois ainda clamamos por independência

O Brasil continua um gigante adormecido em berço esplêndido

Esperando dos governantes atitudes menos hipócritas

Para fazer aflorar o verdadeiro ideal democrático desta nação.

John Vask

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

SONETO 35












Não chores mais o erro cometido;

Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;

O sol no eclipse é sol obscurecido;

Na flor também o inseto faz seu ninho;


Erram todos, eu mesmo errei já tanto,

Que te sobram razões de compensar

Com essas faltas minhas tudo quanto

Não terás tu somente a resgatar;


Os sentidos traíram-te, e meu senso

De parte adversa é mais teu defensor,

Se contra mim te recuso, e me convenço


Na batalha do ódio com o amor:

Vítima e cúmplice do criminoso,

Dou-me ao ladrão amado e amoroso


William Shakespeare

domingo, 5 de setembro de 2010

RESTAURAÇÃO


Esta igrejinha de pedra,
Por escravos foi construída.
Deixada em completo abandono,
Ficou totalmente esquecida.




No alto do morro sozinha
Formando uma paisagem entristecida,
Ficava a pobre igrejinha
Escura, sem cor e sem vida.




Anos e anos se passaram
Caiu a madeira apodrecida
Da igrejinha só restaram
Algumas pedras erguidas





Mas a igrejinha de pedra
Dos pobres escravos, o suor,
Por todos foi esquecida.
Menos por nosso Senhor.






Que com pura simplicidade
Frei Miguel para cá enviou
Que com coragem e piedade
As ruínas da igrejinha olhou.




É um sacerdote decidido,
Dinâmico, forte e trabalhador.
Por todos muito querido,
E da igrejinha o salvador.







Sacerdote e povo unidos
Se puseram a trabalhar
Com esforços desmedidos
Para a igrejinha restaurar.





Hoje 9 de setembro de 1984,
A igrejinha restaurada
Parece um fulgurante astro.







E a cidadezinha modesta,
Seu nome, Pedra do Indaiá, exalta felicidades,
Aos pés da igrejinha está.


Dalva Dernardes Sousa
Capela São Miguel Arcanjo


sábado, 4 de setembro de 2010

A ABELHA










A abelha que, voando, freme sobre

A colorida flor, e pousa, quase

Sem diferença dela

À vista que não olha,












Não mudou desde Cecrops. Só quem vive

Uma vida com ser que se conhece

Envelhece, distinto

Da espécie de que vive.










Ela é a mesma que outra que não ela.

Só nós — ó tempo, ó alma, ó vida, ó morte! —

Mortalmente compramos

Ter mais vida que a vida.

Ricardo Reis

Amar talvez seja isso... Descobrir o que o outro fala mesmo quando ele não diz.

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MINAS, Brazil
"Compreendi que VIVER é ser LIVRE... Que ter amigos é necessário... Que lutar é manter-se vivo. Apreendi que O TEMPO CURA... Que MAGOA PASSA... Que DECEPÇÃO NÃO MATA. Que hoje é reflexo de ontem... Que os VERDADEIROS amigos permanecem... Que os FALSOS, graças a Deus VÃO EMBORA... Que DOR FORTALECE. Aprendi que sonhar NÃO é fantasiar... Que a beleza não está no que vemos, e sim no que sentimos. Que o segredo da vida é VIVER."

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