Era meu coração um palácio romano,
de mármore construído e pedrarias caras;
muito cedo as paixões invadiram-no, ignaras,
num confuso tropel de bárbaros, insano.
E tudo desabou... Nenhum rumor humano;
só mochos e réptis; flores sem viço e raras;
partidos pelo chão, porfírios e carraras,
e a encobrir o caminho o matagal profano.
Diante desse desastre eu fiquei muitos dias;
manhãs, tardes sem sol e noites sem fulgores
passaram; lá vivi horas longas, sombrias.
Mas surgiste, afinal, numa luz soberana!
E audaz, para abrigar nossos doces amores,
das ruínas do palácio ergui minha choupana.
( Poeta francês -Trad. de Alvaro Reis)
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