Num monte bem
alto, havia um ninho de águia com vários ovos. Um dia, houve um tremendo
temporal e o vento fez rolar um desses ovos monte abaixo, vindo a cair à beira
do caminho. Um bom camponês que passava viu aquele ovo e disse: “Que belo ovo!
Minhas galinhas se orgulhariam de poder chocá-lo!” E levou-o consigo e o pôs
para chocar em meio aos outros ovos de seu galinheiro. Dias depois, veio à luz a
ninhada. Mamãe galinha, sempre zelosa, se esmerava no cuidado dos filhotes. E
eles foram crescendo.
O bom camponês
acompanhava atento o desenvolvimento daquelas criaturinhas que ciscavam o
quintal comendo restos de lixo. Atento que era, foi notando que um dos
pintinhos ia ficando cada vez mais diferente dos demais. Suas asas pareciam
crescer exageradamente, seu bico se desenvolvia rapidamente, suas unhas foram
virando garras afiadas e mamãe galinha não dava conta de ensinar-lhe as coisas
próprias da família.
O bom camponês
compadeceu-se de ver aquele pobre frangote desajustado no meio da turma – sem
dúvida, não havia ambiente para ele desenvolver suas capacidades – e começou a
oferecer-lhe um treinamento à parte. Técnicas de vôo, para começar, e outras
mais.
As primeiras
tentativas foram frustrantes. O frangote esquisito ensaiava o pulo, batia as
asas, tomava impulso e... ia para o chão.
O camponês
insistia, porém. E, com a insistência, vieram os resultados. Primeiro, vôos
menores... aterrissagens forçadas. Depois, verdadeiros shows de acrobacias
aéreas. Os irmãos pintinhos pasmaram-se, mamãe galinha não acreditou, o bom
camponês se emocionou, quando um dia o frangote subiu a montanha, alçou vôo e
sumiu nas nuvens.
E concluíram
comovidos: em verdade, em verdade, aquilo não era uma galinha. Era uma águia. E
as águias não foram feitas para ciscar o terreiro, mas para a imensidão do céu.
Por isso,
fique firme e invista em suas potencialidades, sem desanimar...
Pe. Orione Silva e Solange do Carmo