Quando criança caí. Chorei por pensar que o ralado do meu joelho era a pior dor que podia sentir.
Quando fiquei fiquei doente e tive de me internar, pensei que a falta de ar e as inumeras sensações que meu corpo sentia pela falta de saúde eram as piores coisas que alguém podia sentir.
Quando tive que sofrer os efeitos colaterais de inumeros tratamentos pensei que eram as piores coisas que alguém podia passar, por me deixar tão debilitada.
Realmente cada processo físico que meu corpo passou foi muito doloroso...
Porém o pior foi perceber que isso tudo não eram as piores coisas, como quando perdi alguém querido... senti que parte de mim também havia sido perdido.
Quando já não podia confiar em quem tanto amava... faltou-me o ar.
Quando aquele a quem me doei se fez de indiferente...
E aquele que aprendi tanto a amar e novamente confiar, simplesmente mentiu...
Ai sim soube o que era dor de verdade.
A dor que não passava com um comprimido ou uma simples receita médica...
A dor que me sufocava... a dor que machucou, dilacerou parte do meu coração...
A dor que me fez repensar em quem eu era...
A dor que me fez ter raiva... A dor que não me deixava parar de chorar...
Uma dor que não cessava...
Uma dor inexpliavel... e que não sabia como fazer para passar!
Seria bem melhor passar pela dor física... do que por aquela que dilacera a alma, o espírito...e consequentemente o corpo!
Saber que irá passar... todos sabem... é um fato! O tempo fará seu trabalho... porém até lá... passar por isso é mortificante... e resta apenas agarrar-se a qualquer ramo de esperança que brote em qualquer lugar de alcance para uma alma cansada pela dor!
Enquanto houver ramos de esprança... ainda há folego de vida para aquele que sofre pela dor reprimida.
Seja o ramo de alguém... doe esperança... doe apoio... doe folego!
Eu preciso de um ramo... eu preciso de folego...
Assim como preciso ser o ramo de alguém!
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