Há alguns dias escutei essa expressão e que não me saiu mais da cabeça: “Só se desenvolve quem se envolve!". Isto vale para todas as realidades nas quais está inserida a nossa vida, sem dúvida. Mas aqui quero situá-la dentro do aspecto do relacionamento, de forma particular, o namoro e o casamento. Penso que é aqui onde está a parte mais delicada e o maior desafio, visto que levamos conosco aquela opção livre da escolha por amor e por isso para sempre. Nesses dias uma pessoa muito especial para mim, partilhava-me ao telefone que deseja muito que seu namorado se envolva no processo em que ambos precisam amadurecer e superarem para se solidificar a confiança.
Sabemos que o envolvimento é o que chamamos na relação de reciprocidade e responsabilidade conjunta. O processo da realização no amor não se faz sozinho, é óbvio. Requer, portanto, compromisso, engajamento, envolvimento da própria vida. Ninguém faz o outro feliz querendo apenas receber, ser cuidado e amado. Tem que se dá, tem que envolver o coração e todo o ser. Caso contrário um só é beneficiado, não sei se feliz, porque a felicidade verdadeira é essencialmente doação, saída, altruísmo. Casa-se para fazer o outro feliz, mas como se esquece rápido desta verdade inalterável! Daí que logo chegam as cobranças, a indiferença, a desconfiança da opção, as crises com o primeiro filho, com a mudança de vida familiar, com os negócios e até com a estética.
Quem ama se envolve, caminha junto, constrói a dois a história. Quem ama não trai, não mente, não simula para o outro, não destrata, não faz sofrer. Quem ama não cobra perfeição, mas promove a confiança e admite a liberdade de que o outro é falho, tem limites, pode errar, mas não nos fará o mal porque o amor quer sempre o bem do objeto amado. Santo Agostinho afirmava: “Ama e faze o que queres!”, ou seja, quando amamos de fato não somos capazes de fazer o mal ao outro. Quando amamos de verdade o pedido de desculpas e perdão não está ausente do nosso vocabulário, porque amar é também recomeçar cada dia na confiança e na conquista do outro. Amar de verdade é se envolver para desenvolver a capacidade de dar a vida pelo outro, nas dores e nas alegrias. Isto não é uma utopia, mas o sonho de Deus e seu projeto de felicidade para a relação entre o homem e a mulher, segundo o seu designio. E isto é possível viver, ao contrário do que o mundo tenta nos convencer.
O envolvimento tem perdas e ganhos. Aprende-se com o outro cada dia na escola da relação. Perder pode nos parecer humilhante quando calamos mesmo certos, quando evitamos a desconfiança, a ofensa nas palavras e indiferença, quando renunciamos nossas vontades para promover o outro e para fazê-lo feliz, quando somos tolerantes com as fraquezas do outro, quando exercitamos o elogio e as palavras afáveis mesmo quando se torna difícil. Isto não é fingimento, mas amor provado que também precisa disto para voltar ao frescor. A arte do cultivo diário através da reivenção na criatividade do amor é o segredo para aquele namoro que nunca perde sua juventude, seu vigor, sua profecia, inclusive dentro do casamento. Mas, importante e indispensável lembrar: quando Deus é a primazia na relação e na vida pessoal de cada um, então tudo isto se torna incansável,mas um prazer e uma alegria, um contínuo desenvolvimento porque uma constante doaçaõ de si ao outro na força do amor de Deus.
Antonio Marcos
"Semeia, semeia sempre, em todo terreno, em todo tempo, em todo lugar a boa semente. Com amor e interesse: como se estivesse semeando o próprio coração."
quinta-feira, 14 de julho de 2011
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Amar talvez seja isso... Descobrir o que o outro fala mesmo quando ele não diz.
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- "Cada dia é preciso realizar um pouco mais do que se deve." (Frei Anselmo) Essa página e para partilharmos poemas, fotos, histórias e lembranças. As histórias e lembranças aqui postadas nos mostra que dia após dia, hora após hora, minuto após minuto estamos escrevendo a nossa história. Escrevemos nossa história no coração das pessoas com as quais nos relacionamos, com as pessoas da nossa família, da vizinhança, com as pessoas amigas e companheiras de caminhada. Escrevemos nossa história nos lugares onde vivemos. Deixamos nossas marcas nas árvores que plantamos, nas casas onde estivemos, ali fica registrada a nossa história. De uma maneira ou de outra, sabemos que nossa história fica escrita. Mas fica uma questão: que tipo de história estamos escrevendo? Meu desejo aqui e escrever uma historia bonita. “uma história que ajude os outros a escrever a própria história.” Guilherme Santos
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